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Chiaki Karen Tada

O que esperar da COP 16 da Biodiversidade?


De olho para ver os avanços na COP 16 Biodiversidade
Foto: James Toose/Unsplash

Entre os dias 21 de outubro e 1º de novembro deste ano, a cidade de Cali, na Colômbia, será a sede da COP 16 da Biodiversidade, a principal conferência mundial sobre diversidade biológica. Representantes e lideranças de diversas nações estarão lá reunidos para discutir as ações necessárias para frear e reverter a perda da biodiversidade no mundo.


No foco estarão debates em torno dos avanços e desafios para cumprir os objetivos e metas do novo Marco Global da Biodiversidade, incluindo financiamento e monitoramento, além de discussões sobre repartição de benefícios oriundos de recursos genéticos de plantas e animais.


Para entender o que é uma COP da Biodiversidade e o que esperar da COP 16, explicamos aqui alguns pontos essenciais para você.


A biodiversidade cada vez mais ganha destaque nos debates nacionais e internacionais, inclusive quando se fala em mudanças climmáticas. Saiba mais sobre essa conexão entre diversidade biológica e o clima neste post.


O que é a COP da Biodiversidade


COP é a sigla para Conferência das Partes (Conference of Parties, em inglês) e, neste caso, as Partes são os países que aderiram à Convenção da Diversidade Biológica (CDB, ou, em inglês, CBD, de Convention on Biological Diversity). A criação dessa que foi a primeira resolução global pela conservação da biodiversidade foi definida em 1992, na Eco 92, realizada no Rio de Janeiro. A CDB entrou em vigor em 1993.


A Convenção conta atualmente com 169 Partes e tem três objetivos principais: a conservação da biodiversidade; o uso sustentável de componentes da biodiversidade; e o compartilhamento justo e equitativo dos benefícios oriundos do uso da biodiversidade.


No âmbito da CDB, existem várias instâncias e órgãos para debater diferentes temas para alcançar esses objetivos. A COP é a instância principal – é quando os países se reúnem para avaliar em conjunto como está o avanço rumo aos objetivos, estabelecer acordos e firmar compromissos.


A COP da Biodiversidade acontece a cada dois anos. A cada conferência, um país se candidata a sediar a COP. Normalmente, é o mesmo país que também preside o evento.


A última COP, a 15ª, teve uma dinâmica um pouco diferente. Ela deveria ter acontecido em 2020 em Kunming, na China, sob a presidência chinesa. Porém, a pandemia fez com que fosse adiada, e a Conferência da ONU aconteceu em duas partes: em 2021, no formato virtual, e em 2022, no formato presencial. Só que, em vez de ser na China, as reuniões presenciais ocorreram em Montreal, no Canadá.

A COP 15 da Biodiversidade foi muito importante, porque dela saiu o “Kunming-Montreal Global Biodiversity Framework (GBF)”, o novo Marco Global da Biodiversidade. Ele traz as principais diretrizes para que os seres humanos voltem a viver em harmonia com a natureza até 2050, que é a visão da CDB para o futuro.


COP 15 da Biodiversidade, em Montreal
Foto: UN Biodiversity/Flickr

O que é o Marco Global da Biodiversidade


O GBF tem 23 metas a serem cumpridas até 2030, entre elas, assegurar que 30% das áreas terrestres e aquáticas (oceanos, regiões costeiras, águas interiores etc.) estejam conservadas. Outra meta é recuperar e restaurar 30% dos ecossistemas degradados. Tudo até 2030.


Existem metas relacionadas à poluição, extinção de espécies, impactos das mudanças climáticas sobre a biodiversidade, espécies invasoras, espaços verdes em áreas urbanas, agricultura sustentável, entre outras.


Mas, para todas as metas, o financiamento é um fator-chave e, por isso, o GBF também prevê a necessidade de mobilizar US$ 200 bilhões ao ano em ações pela biodiversidade. Além disso, também estabelece que é preciso eliminar US$ 500 bilhões de subsídios a atividades que prejudicam o meio ambiente. A questão de quem dá os recursos, quem os recebe e como serão aplicados é um ponto espinhoso que promete muito debate nesta próxima COP 16 da Biodiversidade.


O que estará no foco da COP 16 da Biodiversidade


A COP 16 da Biodiversidade será o momento em que as Partes – ou seja, os países que fazem parte da Convenção da Diversidade Biológica, a CDB – apresentarão o quanto avançaram, em seus territórios e em suas políticas nacionais, para o cumprimento das metas acordadas no GBF. Deverão discutir detalhes sobre financiamento e mobilização de recursos, bem como o monitoramento dos avanços.


Vale lembrar que na COP não se discute apenas o Marco Global da Biodiversidade. Sob o guarda-chuva da CDB estão outros acordos que também são levados à Conferência das Partes.  


Dessa forma, na COP 16 da Biodiversidade estão incluídas discussões em torno do Protocolo de Nagoya e do Protocolo de Cartagena. O primeiro busca promover a repartição justa e equitativa dos benefícios obtidos de recursos genéticos de espécies de plantas e animais. O segundo discute como garantir o manejo, transporte e uso adequado de organismos vivos modificados (de LMO, ou living modified organisms) oriundos de tecnologias modernas, para que elas não sejam um risco ou ameaça a seres humanos e à biodiversidade.


Ao final de tudo, o que se espera é que as nações e todos que participam das COPs cheguem a acordos que de fato interrompam e revertam a perda da biodiversidade. E se espera também que cada país – seu governo, suas empresas, academia e sociedade como um todo – promovam as ações necessárias em seus territórios. Para que todos os seres vivos, incluindo os humanos, possam prosperar neste planeta, que é o nosso único lar.    


Na Bem Comunicar, acompanhamos este tema de perto, tanto para estarmos prontos para atender os nossos clientes quanto pelo interesse da equipe em aprofundar conhecimentos. Acompanhe esse tema também!

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